Na vida posterior o homem experimenta o sabor do alimento com a boca, com o palato, com a língua. Na criança isto não ocorre, especialmente nos três primeiros anos, quando o sabor atua através de todo o organismo. A criança saboreia até com os membros o leite materno e a primeira alimentação. (p. 11)
Ora, a criança aprende também a falar primeiramente através de todo o seu organismo. Considerando o assunto desta forma, temos em primeiro lugar o movimento exterior, o movimento das pernas, que provoca o contorno forte; o articular dos braços e das mãos, que produz a flexão, a plasticidade das palavras. Vemos como é transformado interiormente, na criança, o movimento exterior em movimento da fala. (p. 17)
E uma das falsidades consiste no fato de acreditarmos fazer bem à criança reduzindo-nos, pela fala, ao nível infantil. Em seu inconsciente, porém, a criança não quer ser interpelada em linguagem infantil - quer ouvir, isto sim, algo que corresponda à autêntica linguagem do adulto. Falemos, portanto, à criança como estamos habituados, e evitemos uma linguagem especialmente dirigida. (p. 18)
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